Georges Prosper Remi, conhecido por Hergé, nasceu a 22 de maio de 1907 em Etterbeek na Bélgica.
Filho de Alexis Remi e Élizabeth Dufour, o pequeno Georges já em criança adorava desenhar, e revelador desse sentimento é o facto dos seus pais, quando o levavam a visitar amigos ou familiares, não se esquecerem do lápis e papel para o petiz se entreter.
O desenho mais antigo conhecido de Hergé data de 1911. Foi feito numa carta postal com a representação, através de uns rabiscos, da passagem de um comboio, sob o olhar de um guarda e com um automóvel parado numa suposta passagem de nível.
No ano de 1919, após concluir a escola primária em Ixelles, Hergé começa a frequentar um curso profissional no Liceu. Após um ano de resultados pouco satisfatórios e sem motivação, Georges abandona o ensino laico ingressando no colégio Saint-Boniface, uma instituição de cariz religioso e orientada por professores, todos eles padres. Esta mudança, influencia do patrão de Alexis Remi, irá exercer um efeito especial na educação de Hergé acrescentando-lhe valores mais tradicionais e católicos. Outra influencia mais assertiva é a troca do grupo de escuteiros, desta vez Georges junta se ao conjunto do seu colégio, o qual faz parte da Associação dos Escuteiros Baden-Powell.
Em 1924 termina os estudos secundários sem a ambição ou planos para tirar um curso superior. Assim, em setembro de 1925, e sem querer seguir as pisadas do pai ligado ao universo das confecções, o jovem Georges inicia o seu percurso profissional no jornal Le Vingtième Siècle, publicação periódica católica de doutrina e informação, com a função de copista na secção de assinaturas.
Já em 1926 adianta a entrada no serviço militar e vai para o quartel Daily em Schaerbeek, aonde é incorporado no primeiro regimento de caçadores a pé. Graças à sua ligação a organizações católicas, Georges tem a oportunidade de desenhar, para o Le Boy-Scout belge, a sua primeira história: Les Aventures de Totor, que serão publicadas até 1929.
Em agosto de 1927 Hergé tem uma entrevista com o padre Norbert Wallez director da editora que publica o Le Vingtième Siècle, encontro que marcará para sempre a vida do autor. É contratado por um prazo renovável de três anos, tendo a função de repórter fotográfico e desenhador. Estão assim criadas as condições para o nascimento de Tintim, e, a 10 de janeiro de 1929, são publicadas no Petit Vingtième as primeiras pranchas de Tintim no País dos Sovietes. Foram publicadoas 24 álbuns entre 1929 e 1983.
Um ano mais tarde, a 23 de janeiro de 1930 é vez Quim e Filipe ( Quick et Flupke) surgirem no suplemento juvenil do jornal, numa primeira aparição apenas Quim e três semanas mais tarde Filipe. São pequenas histórias, polvilhadas por inúmeros gags que alimentam todas as quintas-feiras a boa disposição dos jovens belgas. Foram editados 12 volumes entre 1930 e 40.
Em 1932 é estabelecida a parceria com a casa Casterman, com a qual as histórias de Tintim passam a ser editadas em álbum. é também nesse ano que Hergé casa com Germaine Kieckens, casamento esse celebrado pelo padre Wallez.
A série As Aventuras de Joana, João e do macaco Simão (Les Aventures de Jo, Zette et Jocko) surgem em 1936 no semanário francês Caeurs Vaillants, cuja publicação inicial é elaborada a duas cores (preto e vermelho), e mais tarde publicada também ela no Petit Vingtième. Foram publicados 5 volumes, entre 1936 e 1957.
Em 1950, juntamente com Jacques Martin, Bob de Moor e Roger Leloup, Hergé cria os Studios Hergé para ajudar na elaboração das varias histórias, tanto ao nível do desenho como na aplicação da cor. Deste grupo fizeram parte Jo-El Azara, Michel Demarets, France Ferrari e Fanny Vlamynck.
No final de 1959 Hergé separa se de Germaine e assume a relação com Fanny, no entanto só em 1977 irá casar com esta ultima.
Em 1979 é diagnosticado a Hergé uma mielofibrose: a renovação dos seus glóbulos brancos deixa de funcionar e é obrigado a constantes transfusões de sangue. Vem a falecer no dia 3 de março de 1983 numa clínica em Bruxelas, acompanhado até ao último suspiro por Fanny Vlamynck.